EDIÇÃO 48

Contribuições da Psicologia para a saúde e qualidade de vida dos Idosos

O envelhecimento pode ser descrito como um processo natural, caracterizado por inúmeros fatores biopsicossociais e que ocorrem de forma dinâmica e progressiva.

A Organização Mundial da Saúde classifica como idosos os indivíduos com mais de 65 anos de idade nos países desenvolvidos e com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento, como no caso do Brasil.

Segundo a última pesquisa do IBGE (2022), a expectativa de vida do brasileiro chegou a 75,5 anos e de acordo com a OMS até 2025 seremos o sexto país do mundo em número de idosos. O envelhecimento da população brasileira é inevitável e deve ser visto com atenção tanto pelo poder público quanto pelos familiares desses indivíduos que necessitarão de saúde pública de qualidade, alimentação equilibrada, aposentadoria digna, estabilidade financeira e acesso aos serviços de saúde mental.

O processo de envelhecer é desafiador especialmente quando acompanhado pela perda da saúde física, da autonomia, de entes queridos, pelo declínio cognitivo, dificuldades financeiras, aumento dos índices de ansiedade e depressão.

No que tange a saúde mental a população idosa necessita de cuidados especiais e a psicologia pode contribuir de forma significativa:

• Na melhoria da qualidade de vida;

• Na promoção da saúde mental;

• No fortalecimento de vínculos;

• No acolhimento e validação de sentimentos;

• No diagnóstico e tratamento da ansiedade e depressão;

• Na adaptação às mudanças comuns nessa etapa da vida;

• Nas estratégias de manutenção da saúde cognitiva;

• Na adesão a tratamentos de doenças crônicas e adesão à medicação;

• Nos processos de perdas e luto;

• Entre outros.

A Psicogerontologia se concentra no estudo dos processos psíquicos do envelhecimento, do ponto de vista tanto psicológico quanto neuropsicológico e envolve a compreensão das mudanças físicas, emocionais, cognitivas e sociais à medida que envelhecemos.

Dentre as principais formas de atuação da psicologia para idosos, podemos destacar:

Avaliação e Diagnóstico: importantes para a compreensão das necessidades individuais de cada cliente/paciente.

Intervenção Terapêutica: a psicologia oferece uma ampla gama de intervenções que auxiliam os idosos na gestão de suas questões emocionais.

Intervenções em momentos de crise: a psicologia pode fornecer suporte em situações chaves como luto, diagnóstico de doença crônica, hospitalização, aposentadoria.

Vale ressaltar que os transtornos de ansiedade e depressão são relativamente comuns entre idosos e necessitam de tratamento adequado. A Associação Americana de Psiquiatria Geriátrica (AAGP) afirma que os transtornos de ansiedade atingem de 10 a 20% da população idosa e seu diagnóstico, assim como o da depressão, são dificultados pois seus sintomas são facilmente confundidos com os sintomas de outras doenças, fazendo com que seja necessária uma avaliação clinica detalhada.

 O processo de envelhecimento, por mais desafiador que possa parecer, pode ser uma fase de descobertas, ressignificações e deve ser vivida com leveza e alegria.

O psicólogo, por meio de escuta clínica qualificada, técnicas de intervenção e enfrentamento, auxiliam os idosos no processo de autoconhecimento e na identificação de suas potencialidades e limitações e na mudança de padrões de pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Compartilhar Matéria:

Matérias Relacionadas