EDIÇÃO 48

O tratamento personalizado dos tumores malignos da tireoide

O teste analisa marcadores genéticos que podem predizer um potencial comportamento mais ou menos agressivo destes nódulos.

Há alguns anos atrás o tratamento dos tumores malignos da tireoide não gerava dúvidas. Os pacientes eram submetidos à remoção completa da tireoide (tireoidectomia total), alguns com remoção dos linfonodos do pescoço e radioiodoterapia no pós-operatório. Este tratamento radical não levava em consideração as particularidades de cada neoplasia e de cada paciente, situação bem diversa dos dias atuais.

Atualmente se procura personalizar a terapia e sempre que possível realizar cirurgias mais conservadoras que contribuem para uma melhor qualidade de vida, sem afetar a taxa de cura.

O estudo molecular do material obtido nas punções dos nódulos tireoidianos tem contribuído para selecionar melhor os pacientes para cada tipo de cirurgia e tratamentos complementares. Esta prática tem se consolidado no Complexo ISPON que participa ativamente de estudos e pesquisas neste campo, buscando sempre as melhores alternativas para os pacientes.

O teste molecular “mir-THYpe pre-op” é indicado para pacientes com nódulos de tireoide com decisão cirúrgica, geralmente aqueles com alta suspeita ou confirmação de malignidade (conhecidos como Bethesda V ou VI). A utilidade clínica do exame é auxiliar o médico cirurgião a planejar melhor a estratégica cirúrgica de forma a personalizar o seu tratamento.

O teste analisa marcadores genéticos que podem predizer um potencial comportamento mais ou menos agressivo destes nódulos, como por exemplo mutações nos genes BRAF e TERT, e a expressão de microRNAs que podem sugerir subtipos agressivos (como o carcinoma medular de Tireoide). Pacientes sem tais alterações moleculares possuem nódulos com potencial baixo de agressividade, ou seja, baixo potencial de retornarem ou se espalharem e, portanto, podem ser elegíveis a uma cirurgia mais conservadora, como a Tireoidectomia Parcial. Já os pacientes com marcadores de agressividade positivos, são reclassificados como pacientes de alto risco e que talvez sejam beneficiados de cirurgias de maior porte, como a Tireoidectomia Total.

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