Ver uma criança crescer, desenvolver-se e tornar-se um adulto saudável é algo belo e divino, cujo mérito é inteiramente dos pais e cuidadores. O olhar atento para a criança é capaz de perceber mínimos detalhes que, se não corrigidos, podem prejudicar o indivíduo na sua maturidade.
O desenvolvimento esquelético da criança passa por várias etapas ao longo dos anos, o que pode ser normal em uma fase da vida pode representar uma doença em outra. Por exemplo, entre os 3-4 anos de idade é normal e esperado que a criança tenha os joelhos para fora e as perninhas para dentro. Mas atenção: se os membros inferiores não estiverem alinhados até os 8 anos, é um sinal de alerta para os pais. Algo de errado pode estar acontecendo. As angulações ou tortuosidades nos membros inferiores podem sobrecarregar os joelhos e tornozelos, causando dores e desgaste acelerado na vida adulta. Percebendo qualquer mudança da normalidade, uma avaliação com ortopedista deve ser realizada.
Em nenhum momento da nossa vida, seja na infância, na adolescência ou na vida adulta, é normal ter qualquer diferença de comprimento entre os membros! Membros assimétricos causam sobrecarga articulares e também na coluna, podendo ser origem de dores e limitações. Atualmente há vários métodos seguros e comprovados para corrigir estas alterações, que se iniciadas oportunamente, são minimamente invasivas e altamente eficazes. Uma excelente técnica é a do Crescimento Guiado. De forma similar ao conduzir os galhos de uma planta, essa técnica aproveita o próprio crescimento da criança para lentamente corrigir deformidades angulares e também o comprimento dos membros.
Crianças felizes são ativas e brincalhonas, umas mais arteiras que as outras, mas todas eventualmente vão sofrer quedas e traumas. Fraturas são muito comuns nessa fase, em sua maioria são de baixa complexidade e cicatrizam em aproximadamente 3 meses com um simples gesso. Entretanto, já as fraturas próximas às articulações podem lesionar a fise de crescimento ósseo. O acometimento da fise pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento do membro, causando deformidades progressivas que irão se manifestar ao longo dos meses e anos seguintes. Se o membro estiver entortando à medida que a criança cresce, pode ser uma sequela de fratura e lesão fisária.
As inúmeras doenças que podem acometer o desenvolvimento esquelético da criança exigem vigilância constante dos pais e carecem de uma avaliação periódica com ortopedista. Fique atento a esses sinais de alerta: pé plano doloroso, membros tortos, assimetrias entre membros, quedas frequentes, mancar e dores após brincadeiras. Leve seu filho para uma avaliação com ortopedista, é importante tanto para prevenção como para detecção precoce e tratamento certo no momento oportuno.