EDIÇÃO 50

Técnica Avançada em Cirurgia de Estrabismo para Transposição Muscular Interlacing

As transposições musculares têm como princípio básico o musculo extraocular e movido de sua posição original para um novo local com mudança na direção do vetor da força.

O mecanismo de ação e a transferência da função do musculo transposto na direção do musculo paralisado, ou seja, a mudança na direção das forças vetoriais no musculo transposto e a restrição passiva.

O Interlacing em si os músculos são entrelaçados com mudança de trajeto, mas nem sempre há mudança na posição em que e fixado na esclera do olho.  Alteração nas propriedades mecânicas da ação muscular: muda a direção da forca (vetor)

Podemos fazer transposições em estrabismos não paralíticos e paralíticos.

Os estrabismos paralíticos ocorrem quando há uma paralisia parcial ou total de um dos nervos cranianos responsáveis pelos movimentos oculares. Existem três tipos principais de estrabismo paralítico, cada um associado a uma paralisia de um nervo craniano específico:

1. Estrabismo paralítico do III Nervo Craniano (Oculomotor):

   – O olho afetado fica praticamente imóvel, exceto para movimentos para fora.

   – Pode ocorrer em casos de aneurisma, AVC, tumores cerebrais e diabetes.

   – Pálpebra não se fecha corretamente.

2. Estrabismo paralítico do IV Nervo Craniano (Troclear):

   – O olho afetado se desvia para cima (elevação) e pode inclinar-se lateralmente.

   – É o mais comum na infância e pode passar despercebido.

   – Pode ser corrigido com cirurgia.

3. Estrabismo paralítico do VI Nervo Craniano (Abducente):

   – O olho afetado se desvia para dentro (adução) e não consegue mover-se para fora.

   – Pode ser causado por lesões na cabeça, diabetes, hipertensão e infecções.

Cada tipo de estrabismo paralítico tem suas próprias características e tratamentos específicos. O acompanhamento médico é essencial para determinar a causa subjacente e o tratamento adequado.

Paralisia de sexto par:

Os sintomas da paralisia do nervo abducente podem variar dependendo da gravidade da condição. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

– Diplopia (visão dupla) , especialmente quando olhando para o lado do olho afetado.

– Dificuldade em mover o olho para fora (abdução).

– Desvio do olho para dentro quando olhando para a frente.

– Dor de cabeça que pode estar associada à causa subjacente da paralisia.

– Movimento ocular limitado ou restrito para fora.

Esses sintomas podem afetar significativamente a qualidade de vida, dificultando tarefas diárias como ler, dirigir e caminhar. O acompanhamento médico é essencial para determinar a causa subjacente e o tratamento adequado.

A técnica de Mendonça para a correção do estrabismo na paralisia do sexto nervo é uma modificação da primeira técnica de Interlacing para o tratamento da miopia do alto míope .

A vantagem da técnica de Mendonça:

• Menor risco isquemia seguimento anterior pois somente um musculo é desinserido da esclera

• Baixo risco em induzir o estrabismo vertical

• Fácil execução

• Ajustável

• Melhora de abdução em alguns casos

• Técnica pode ser usada sozinha ou associada ou com o reto medial olho afetado, ou ressecção do reto lateral transposto e toxína botulínica no reto medial do olho afetado.

 A técnica sozinha em um olho corrige o estrabismo nos graus entre 30  e  40 graus prisma.

Os estrabismos não paralíticos são condições em que os olhos não estão corretamente alinhados, mas não há paralisia dos músculos oculares. Existem vários tipos de estrabismos não paralíticos, incluindo:

1. Estrabismo convergente (esotropia):

– Os olhos desviam-se para dentro.

– Pode ser congênito (presente desde o nascimento) ou adquirido.

– Frequentemente tratado com óculos, terapia visual ou cirurgia.

2. Estrabismo divergente (exotropia):

– Os olhos desviam-se para fora.

– Pode ser intermitente (ocorre ocasionalmente) ou constante.

– Tratamentos incluem óculos, terapia visual e cirurgia.

3. Estrabismo vertical:

– Um olho está mais alto ou mais baixo que o outro.

– Inclui hipertropia (olho desvia-se para cima) e hipotropia (olho desvia-se para baixo).

– Tratamentos podem envolver terapia visual ou cirurgia.

4. Estrabismo acomodativo:

– Resulta de um esforço excessivo para focar, geralmente em crianças com hipermetropia.

– Corrigido com óculos de grau apropriado e, em alguns casos, terapia visual.

5. Estrabismo intermitente:

– O desalinhamento dos olhos ocorre apenas ocasionalmente, especialmente quando a pessoa está cansada ou doente.

– Tratamento pode incluir terapia visual e, em casos graves, cirurgia.

6. Estrabismo sensorial:

– Ocorre devido a uma condição que afeta a visão em um olho, como catarata ou cicatriz na córnea.

– O tratamento inclui abordar a causa subjacente e, em alguns casos, realizar correção cirúrgica do estrabismo.

Cada tipo de estrabismo tem suas próprias características e abordagens de tratamento. O acompanhamento oftalmológico é crucial para determinar o tipo específico e o tratamento mais adequado.

O tratamento dos estrabismos paralíticos e não paralíticos que necessitam de cirurgia são resolvidos de forma satisfatória e transforma a vida de cada pessoa afetada por tanta dificuldade para enxergar corretamente com os dois olhos , corrigindo e reparando a doença do estrabismo proporcionando bem estar psicológico melhora da auto estima e desenvolvimento motor com a melhora da posição do olho para centralizar a visão.

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